“Present day… Present time… HAHAHAHA.” Assim começa *Serial Experiments Lain*, uma obra que não se preocupa em te explicar nada. Pelo contrário — ela te arranca do conforto, te joga no abismo entre o físico e o digital, e te deixa perguntando: o que é real?
A história gira em torno de Lain Iwakura, uma garota introvertida, com uma família emocionalmente ausente e uma vida aparentemente comum. Mas tudo muda quando uma colega de escola comete suicídio... e começa a enviar e-mails do além.
Esses e-mails são o ponto de partida pra uma jornada onde Lain mergulha cada vez mais fundo no Wired — um tipo de internet turbinada, que começa a invadir e se fundir com a realidade. E nesse espaço, onde a consciência pode ser transferida, manipulada ou até mesmo replicada, ela descobre uma verdade perturbadora: talvez ela nunca tenha sido só humana.
As fronteiras se dissolvem. O “eu” começa a fragmentar. Lain passa a ser múltiplas, versões dela surgem, algumas angelicais, outras sombrias. Ela não sabe mais se está sendo observada ou controlada... ou se é ela quem puxa as cordas de tudo.
“Se todos compartilharem a mesma consciência… existe ainda a individualidade?” A série não entrega respostas, mas lança perguntas como bombas na tua cabeça. São questões sobre identidade, tecnologia, Deus, o coletivo, a solidão digital.
E no fim, o que Lain decide fazer... não é apenas um ato pessoal. É um grito silencioso pra todos nós: até onde estamos dispostos a ir pra nos conectar? E, nesse processo, o que estamos dispostos a perder?